A Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), em parceria com o Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas), promoveu com sucesso o Painel da Cadeia Têxtil 2024. O evento, que antecedeu o Dia de Campo 2024, foi realizado no dia 03 de julho de 2024, no Fratele Business Hotel, em Patos de Minas (MG), e contou com a presença de 125 representantes de todos os elos da cadeia produtiva e têxtil do algodão de Minas Gerais, com destaque para comitivas de indústrias participantes do Acordo de Cooperação Técnica do Proalminas.
O Painel da Cadeia Têxtil é um encontro para discutir as tendências, desafios, oportunidades do mercado de algodão e o cenário estadual, proporcionando uma excelente ocasião para troca de experiências e networking entre profissionais do setor e os cotonicultores. Este evento, restrito para convidados, destacou-se pela qualidade das discussões e pelo calibre dos painelistas.
Painelistas:
- Fernando Valente Pimentel – Diretor Superintendente e Presidente Emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT)
- Miguel Faus – Presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (ANEA)
- João Rocha – Senior Better Cotton Coordinator da Better Cotton Initiative (BCI)
- José Guilherme Teixeira – Fundador e Gestor da Cotton Move
Diretiva de Alegações Verdes
João Rocha trouxe à tona uma discussão crucial sobre a sustentabilidade na indústria têxtil. Em sua apresentação, destacou a importância da nova Diretiva de Alegações Verdes da União Europeia, aprovada em março deste ano. Segundo ele, essa diretiva visa combater a prática comum de empresas fazerem alegações sustentáveis sem a capacidade de provar seus impactos reais. “O Bloco Europeu entendeu isso como uma desvantagem de mercado e uma forma de desinformação ao consumidor final. As empresas, para fazerem alegações verdes, terão que mostrar evidência, provar o impacto e mostrar dados de que de fato é aquilo que estão falando”, explicou o especialista. Ele ressaltou ainda a importância da fiscalização da cadeia de abastecimento para proteger os trabalhadores contra condições análogas à escravidão, o que reforça a responsabilidade social dentro da sustentabilidade.
Ascensão do Brasil no mercado mundial de algodão
Miguel Faus celebrou um marco histórico para o Brasil: neste ano o país tornou-se o maior exportador mundial de algodão, superando os Estados Unidos. O presidente enfatizou a contribuição significativa do algodão de Minas Gerais nesse feito. “O algodão mineiro tem uma relevância em dois aspectos. Primeiro, ele abastece a indústria mineira, mas também tem um excedente de exportação, o que nos ajudou a bater esse recorde”, afirmou. Ele também destacou a melhoria contínua na qualidade do algodão regional que agora é amplamente aceito tanto no mercado interno quanto no externo, sendo que a unidade filial da Amipa – o laboratório Minas Cotton – desempenha um papel fundamental nesse processo, garantindo que os lotes exportados sejam de alta qualidade, aumentando a confiança dos compradores internacionais.
A integração da cadeia produtiva
Fernando Pimentel discutiu a robustez e a integração da indústria têxtil brasileira. Ele ressaltou que o Brasil possui a maior rede produtiva integrada do Ocidente, desde a matéria-prima até o produto final, combinando tradição com inovação e tecnologia. “Na nossa indústria têxtil e de confecção, a cada 1 milhão de dólares investidos, gera-se entre 400 a 500 empregos diretos. Isso mostra a capacidade dessa indústria de gerar riqueza e agregar valor, desde o algodão até o produto final, multiplicando o valor inicial em até 12 vezes”, explicou o presidente. Ele também destacou a transformação do Brasil de importador para maior exportador mundial de algodão em pouco mais de duas décadas, e o desafio atual de aumentar a transformação interna do algodão para gerar mais riqueza no mercado interno e exportar produtos manufaturados.
Economia circular na indústria têxtil
José Guilherme Teixeira apresentou uma visão inovadora sobre reciclagem e circularidade na indústria têxtil. Ele explicou que a Cotton Move surgiu com o objetivo de reduzir o impacto ambiental através da redução, reutilização e recuperação de materiais e energia. “A reciclagem têxtil pós-consumo envolve a produção de um tecido novo a partir de roupas usadas, diferente do processo de pré-consumo que utiliza sobras da produção”. Ele destacou que a economia circular depende da reciclagem como primeira etapa, diferenciando entre produtos reciclados e recicláveis. “Muitas vezes, um produto é vendido como reciclável, mas não tem estrutura para ser reciclado de fato em território nacional”, acrescentou.
Em seu terceiro ano, o evento tem crescido em relevância e participação, consolidando-se como um espaço vital para promoção de debates do setor mineiro. “A cada ano o Painel vem se expandindo, então é mais uma troca de experiência para incrementar, aprender, escutar e unir a cadeia”, comentou Daniel Bruxel, presidente da Amipa.
Um dos pontos altos do encontro foi a discussão sobre as novas exigências do mercado global e como os diferentes elos da cadeia produtiva podem se preparar para atender às demandas cada vez mais sofisticadas dos consumidores. “O algodão é fonte de emprego e renda para as famílias, hoje, no Norte de Minas, no Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro e Noroeste. Em paralelo, nós estamos cada vez aumentando o mercado, colocando produtos de qualidade para o consumidor”, destacou Caio César Coimbra, Subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, presente no evento.
Encerrando a programação, a multinacional BASF, representada por Warley Palota, Gerente Sênior de Marketing Algodão, condecorou a Associação com uma placa de homenagem pelos 25 anos de fundação.
Após o debate, norteado por perguntas e respostas entre painelistas e participantes, todos os presentes foram convidados a participar de um coquetel de confraternização. No dia seguinte, os participantes marcaram presença no Dia de Campo Amipa 2024.
Visita à filial da Amipa em Uberlândia
Antecedendo o Painel da Cadeia Têxtil, uma comitiva de industriais têxteis, corretores e tradings visitou a filial da Amipa em Uberlândia (MG) – a Central de Classificação de Fibra de Algodão (Minas Cotton) – com o propósito de conhecer o trabalho desenvolvido pela Associação nessa unidade. Anicézio Resende, gerente da Minas Cotton, destacou a importância da interação entre a indústria e o laboratório para melhorar a qualidade do algodão produzido no estado. “Essa troca de informação é fundamental para melhorar a qualidade de fibra do algodão produzido em Minas Gerais”, afirmou.
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