Curso em Uberlândia qualificará inspetores para atuar em usinas de beneficiamento de algodão em Minas Gerais

Em 2024 um grupo de 16 profissionais participou da capacitação. Foto: Eugênio Pacelli/acervo Amipa.

A qualidade do algodão brasileiro, reconhecida internacionalmente, depende de uma cadeia de processos rigorosos. Para garantir o padrão de excelência, a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), realiza no próximo dia 29 de abril, em Uberlândia (MG), o Curso de Capacitação e Qualificação para Inspetores de Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBAs).

O curso, que por intermédio da Abrapa, formou centenas de profissionais pelo Brasil, é um pilar do Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB), sistema que assegura a certificação voluntária da fibra, chancelado pelo governo federal. 

Transparência e credibilidade em foco  

Anicézio Resende, gerente da Central de Classificação de Fibra de Algodão – Minas Cotton (unidade filial da Amipa), explica que o curso vai além da qualificação técnica. “Capacitamos inspetores para garantir que a amostra retirada do fardo corresponda exatamente ao produto comercializado. Isso evita fraudes e assegura transparência, rastreabilidade e sustentabilidade, pilares que sustentam a reputação do algodão brasileiro no mundo”, afirma.

O PQAB segue a Instrução Normativa 24 (IN24), que regulamenta a comercialização da pluma, e a Portaria 375, que trata sobre a certificação de produtos vegetais. Resende destaca que a meta é formar 20 novos inspetores em Minas Gerais em 2025, ampliando a adesão ao PQAB. “Cada inspetor certificado é um guardião da qualidade. Eles garantem que as análises laboratoriais reflitam a realidade do algodão, o que é decisivo para negociações justas”, completa.

Já Edson Mizoguchi, gestor do Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) da Abrapa, reforça o impacto estratégico da iniciativa: “sem essa capacitação, muitas usinas não entenderiam a importância do manejo correto das amostras. Um erro pode levar à contaminação cruzada, comprometendo resultados e abalando a confiança de compradores”. Ele ressalta que o Brasil exporta mais de 80% do algodão produzido, principalmente para mercados asiáticos exigentes, onde a certificação do Mapa é um selo de credibilidade.

Desafios do PQAB

Apesar dos avanços, a implementação do programa enfrenta obstáculos em três frentes, conforme detalha Edson: 

1. Nas usinas: ajustes técnicos, como a comprovação de equipamentos adequados e a vinculação de produtores às unidades de beneficiamento. 
2. Nos laboratórios: manutenção de máquinas de análise HVI (High Volume Instrument) dentro de padrões internacionais e adesão ao sistema SBRHVI, que padroniza certificações.
3. Na expansão: treinar inspetores em todos os estados e convencer produtores da importância da amostragem correta. 

“Muitos ainda não veem a amostragem como investimento, mas como custo. Precisamos mostrar que a certificação agrega valor, permitindo negociar a pluma a preços mais altos”, explica. Segundo ele, a desconfiança de compradores asiáticos em relação a análises não auditadas é uma barreira que o PQAB ajuda a derrubar. 

Do treinamento à valorização da fibra 

Os participantes do curso são submetidos à avaliação de auditores visando garantir a devida qualificação. Foto: Eugênio Pacelli/acervo Amipa.

Para superar esses desafios, a Abrapa e as associações estaduais, entre elas a Amipa, investem em capacitação contínua e campanhas de conscientização. “Mostramos aos produtores que um algodão bem classificado abre portas no exterior. A rastreabilidade, desde a lavoura até o fardo, é um diferencial que o mercado paga”, afirma Edson.

O curso em Uberlândia, por exemplo, incluirá módulos sobre: 
– Técnicas de coleta de amostras para evitar contaminação. 
– Registro de dados e rastreabilidade.
– Protocolos de envio a laboratórios credenciados. 

Ao final, os participantes serão submetidos a uma avaliação com nota mínima de seis para aprovação. “Não basta conhecer a legislação; é preciso dominar a prática”, reforça o gerente da Minas Cotton. 

Números da safra

A expectativa de produção recorde do algodão vem se confirmando na safra 2024/2025. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu 7º Boletim de Safra, o plantio está concluído com estimativa de área em 2,1 milhões de hectares, crescimento de 6,9% sobre a safra 2023/24. Para a produção de pluma é esperada uma colheita de 3,9 milhões de toneladas, 5,1% acima do volume produzido no ciclo anterior.

O estado é um dos destaques na cotonicultura, ranqueado na terceira posição de maior produtor nacional, com área plantada de 43.570 mil hectares. Segundo indicadores no núcleo Amipa Georreferenciamento e Dados, a produção de algodão em caroço está em torno de 205.128,45 mil toneladas, enquanto a produção de pluma em 84.695,54. Embora algumas regiões mineiras tenham sofrido com veranico entre fevereiro e março, projeta-se uma produtividade média de 313 arrobas por hectare.

Hoje, o algodão brasileiro é reconhecido em mais de 40 países, e o PQAB é um dos responsáveis por esse alcance. “Cada fardo certificado passa por auditorias rigorosas, do campo ao laboratório. Essa é a garantia que os compradores exigem”, conclui Resende. 

Serviço  

Curso de Capacitação para Inspetores de UBA
Público: exclusivo para produtores associados
Data: 29 de abril de 2024 
Local: filial da Amipa em Uberlândia (MG)
Informações: (34) 2589-8900 | resende@amipa.com.br | minascotton@amipa.com.br
Realização: Amipa/Minas Cotton, Abrapa e Mapa 
Apoio: Seapa, Proalminas e Fundo Algominas 

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