Painel da Indústria Têxtil reúne a cadeia produtiva e têxtil do algodão mineiro

Diretoria da Amipa e painelistas reunidos no evento que discutiu o mercado do algodão. Crédito: Nexer/Acervo Amipa

O cenário atual tem gerado expectativa e apreensão, tanto para produtores quanto para os empresários. Para discutir esse contexto político e econômico e o mercado do algodão, a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), em parceria com o Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas), reuniu no dia 5 de julho em Patos de Minas (MG), cotonicultores, industriais têxteis, corretores, tradings e demais representantes destes segmentos em um evento denominado “Painel da Indústria Têxtil”.

O evento atraiu 120 pessoas, com programação composta de cinco painéis, seguida de amplo debate com o público presente. Na abertura, o presidente da Amipa, Daniel Bruxel, falou sobre o momento atual em que a produção de algodão é grande e o mercado está mais retraído, levando os produtores e industriais a pensar em novas formas de escoar a produção e ressaltou a importância desse encontro na busca de soluções conjuntas para essa situação.

No primeiro painel, o subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Caio César Coimbra, falou sobre o Proalminas e seu papel fundamental no incentivo à cotonicultura e à indústria têxtil mineira.

O painelista Rogério Mascarenhas Cezarini, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de Minas Gerais (SIFT-MG), dissertou sobre as dificuldades atuais enfrentadas pelo mercado, enfatizando que o maior concorrente dos produtores de algodão e da indústria têxtil não são outros países, mas sim os produtos sintéticos e as vendas internacionais on-line que não têm a mesma taxação e exigências dos produtores e empresários nacionais.

Mascarenhas também falou sobre a visita da comitiva de industriais têxteis e corretores à Central de Classificação de Fibras de Algodão (Minas Cotton), filial da Amipa sediada em Uberlândia (MG), onde conheceram o processo de análise e classificação de algodão e sua importância para garantir a qualidade da fibra a ser comprada. “Industriais ganham ao comprar o tipo de fibra correta, por isso é importante conhecer todos os detalhes de nosso negócio para melhorar a lucratividade”, declarou.

Álvaro Gomes Moreira, gerente sênior de Parcerias e Programas para Grandes Produtores da Better Cotton Initiative (BCI), abordou em sua fala a questão da sustentabilidade e a inserção do Brasil, por meio da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), no programa de licenciamento internacional BCI. Também falou sobre os novos conceitos que devem nortear o mercado do algodão: agricultura regenerativa; emissões de gás carbônico e o que fazer para reduzi-las; rastreabilidade do produto, como implementado pelo programa Sou ABR, da Abrapa; marcos regulatórios voltados para a sustentabilidade; troca de dados de forma colaborativa entre os atores do mercado do algodão.

O presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (ANEA), Miguel Faus, falou sobre o algodão no Brasil, apresentando dados do mercado nacional e internacional. Também fez uma análise do cenário atual, que deveria priorizar o mercado nacional, mas, com o aumento da produção, deverá buscar novos mercados para vender o excedente. Neste ponto, destacou o trabalho que vem sendo feito para divulgação do produto brasileiro no exterior por meio do programa Cotton Brazil.

Bruna Villa Todeschini, consultora técnica de sustentabilidade das Lojas Renner S/A, falou sobre o programa desenvolvido desde 2016 por meio do “Ciclo Moda Sustentável”, quando foram estabelecidas metas audaciosas para inserir a sustentabilidade como prioridade para a empresa. Um dos quesitos foi a exigência junto aos fornecedores que o algodão fosse certificado com boas práticas econômicas, sociais e ambientais. Concluindo, afirmou que “o algodão brasileiro é responsável, mas é difícil mensurar o impacto dessas boas práticas”.

Após o debate norteado por perguntas e respostas entre painelistas e participantes, todos os presentes foram convidados a participar de coquetel com boa comida, música ao vivo e confraternização.

Visita às filiais da Amipa

Antecedendo o Painel da Indústria Têxtil, no dia 5 de julho, uma comitiva de industriais têxteis, corretores e tradings visitou as filiais da Amipa em Uberlândia (MG) – a Central de Classificação de Fibra de Algodão (Minas Cotton) e a Fábrica de Produtos Biológicos (Biofábrica) – com o propósito de conhecer o trabalho desenvolvido pela Associação nessas unidades. Na ocasião, os mais de 30 visitantes foram recepcionados com um café da manhã e, em ato sequente, iniciaram um tour pelos espaços.

Na Minas Cotton, o gerente Anicézio Resende apresentou as instalações e falou sobre a qualidade do algodão e a importância do trabalho desenvolvido no laboratório, abordando desde o recebimento das amostras em conformidade com a Instrução Normativa n. 24 (IN 24), passando pela classificação visual, com detalhamento da qualidade do produto nessa primeira análise. Depois, a comitiva conheceu as máquinas HVI que fazem a classificação instrumental do algodão – momento em que foi explicado sobre a rastreabilidade, a checagem dos equipamentos para garantir a qualidade das análises e a importância do condicionamento das amostras a serem testadas nas máquinas.

No tour pela Biofábrica Amipa, o grupo conheceu o trabalho de pesquisa e desenvolvimento realizado por esta filial e que resulta em um processo de produção em massa de macrorganismos (predadores e parasitoides) utilizados para o controle biológico das pragas que ameaçam as lavouras. Também foi mostrado como o monitoramento e o controle biológico têm contribuído para um manejo mais equilibrado e sustentável do algodão e de todas as culturas que convivem ou rotacionam com ele, especialmente em lavouras de produtores associados.

Após esta visita a Uberlândia, a comitiva seguiu para Patos de Minas onde participou do Painel da Indústria Têxtil ainda no mesmo dia, e do Dia de Campo em 6 de julho, ambos eventos promovidos pela Amipa.

Silvia Alves
Assessora de imprensa da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa)
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