Dia Mundial do Algodão 2022 é celebrado pela Amipa

No mês de outubro comemorou-se o Dia Mundial do Algodão (World Cotton Day – WCD) e a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) não poderia deixar de celebrar a data aderindo à campanha idealizada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e pelo movimento Sou de Algodão. Neste ano, trazendo o conceito “Segue o fio”, o objetivo foi mostrar por onde passa esse fio: desde os atributos do algodão brasileiro e a sua longa trajetória; o caminho percorrido em toda a cadeia produtiva – do laboratório de semente até o ponto de venda; e também estimular a consciência dos hábitos de consumo mais sustentáveis. A Abrapa mobilizou a participação de suas associações estaduais, cotonicultores, trabalhadores e pessoas ligadas à moda e ao setor produtivo nacional.

A Amipa convidou artesãos, produtores, representantes de classe, industriais e funcionários para enviarem vídeos e fotos mostrando a importância e a forma como trabalham o produto e o orgulho em fazer parte da cotonicultura brasileira. Foram depoimentos emocionantes, cheios de paixão por essa fibra transformadora.

Um dos vídeos divulgados nas redes sociais da Associação foi da tecelã Marlice Machado de Oliveira, da região do Vale do Jequitinhonha (MG), que enveredou pela tecelagem aos nove anos de idade, sob influência da mãe, dona Leontina, que plantava, colhia, fiava, tingia e enviava o algodão para as filhas tecerem. O manejo do tear, na lida como tecelã, levou Marlice e o seu trabalho a feiras e mostras por diversos locais do Brasil – e até ao exterior, como no evento têxtil Filo Lungo Filo, na cidade italiana de Torino.

O algodão também foi fonte de mudanças na vida das mulheres da comunidade de Roça Grande, na cidade de Berilo (MG). Elas se uniram na Associação de Produtores e Artesãos de Roça Grande para trabalhar com tecelagem, em todo o seu processo do algodão: plantam, colhem, descaroçam, amaciam, preparam o fio, tingem com produtos naturais (angico, casca da mangueira e outros) e tecem lindos trabalhos. A união também é marca do grupo Mulheres do Jequitinhonha, que prepara o algodão em todas as suas etapas e produz belos e delicados trabalhos, cada vez mais reconhecidos em Minas Gerais e no Brasil.

Não poderia faltar vídeos com os funcionários da Amipa. No primeiro, alguns profissionais da filial Fábrica de Produtos Biológicos (Biofábrica) falaram sobre o seu trabalho exitoso com a produção de inimigos naturais das pragas do algodão – macro e microrganismos -, que passa por todo um controle de qualidade antes de chegar ao campo. Em outro, funcionários da Central de Classificação de Fibra de Algodão (Minas Cotton) abordaram suas atividades de processamento das análises instrumental, visual e manual das características da fibra realizadas pelo laboratório e que garantem a qualidade do produto entregue à indústria.

Marco Antônio Branquinho, diretor presidente da Companhia de Fiação e Tecelagem Cedro Cachoeira, que tem o algodão como matéria-prima essencial no desenvolvimento de sua história de 150 anos, externou em seu depoimento que: “Assim como os fios de um tecido, nossa jornada se entrelaça, onde todos se juntam para comemorar o Dia Mundial do Algodão.  Parabenizamos a Abrapa e o programa Sou de Algodão e todas as iniciativas que valorizam a cotonicultura brasileira. Seguimos juntos e fortes em nosso propósito de transformar o algodão em tecidos que proporcionam conforto e beleza para o bem-estar das pessoas”.

“Temos muito orgulho de termos em Minas Gerais essa sintonia perfeita entre estado, Amipa e industriais têxteis, o que possibilitou instituirmos o Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas), por meio do qual foi criado o Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura do Estado de Minas Gerais (Fundo Algominas), que veio promover a produção, a industrialização e comercialização do algodão no estado”, afirmou o coordenador do Proalminas, Feliciano Nogueira de Oliveira, outro que trouxe seu depoimento para a campanha.

O regionalismo do Alto Paranaíba foi retratado na campanha por meio do grupo “Marias Artesãs”. Popular e historicamente conhecida como a “terra do milho”, Patos de Minas (MG) tem muita tradição com o algodão. Elas, conhecidas também como “Marias da Palha”, existem há 20 anos na cidade. Tudo começou quando a artista plástica Marialda Coury teve a ideia de resgatar e expandir a produção do artesanato local. A seu convite, a artesã Maria Moreira foi a responsável por transmitir a técnica da tecelagem para as pessoas interessadas em fazer parte desse projeto. À época, as fiandeiras se encontravam para produzir, especificamente, com algodão. Com o passar dos anos, a matéria-prima foi se tornando mais variada e hoje, palha de milho, fibras de coqueiro e de banana fazem parte das confecções. Toda essa versatilidade tem levado o artesanato patense para além das Minas Gerais.

Encerrando a programação, Daniel Bruxel, presidente da Amipa, falou do orgulho da Associação em fazer parte da cotonicultura brasileira e representar os produtores de algodão de Minas Gerais, desde os familiares até os empresariais. “A gente consegue juntar todos os elos no nosso estado, através do governo, indústria têxtil, produtores, sempre dialogando, conversando, a fim de produzir uma fibra qualidade, sustentável e rastreável, que vai ser transformada pelas indústrias em peças confortáveis, gostosas e de qualidade. Afinal, não há nada melhor do que vestir uma peça de algodão produzida com todos esses atributos. Nós, da Amipa, estamos muito felizes de fazer parte dessa cadeia produtiva”.

O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, destaca a importância da fibra e enfatiza que a pluma natural é biodegradável e sustentável, por isso é sempre uma boa escolha. “Celebramos o dia junto aos produtores de algodão que incorporam à fibra natural a sustentabilidade na cultura, tão essencial nos dias de hoje. Agradeço pelas contribuições, por se adaptarem e perseverarem nas mudanças que foram necessárias para mantermos a qualidade do algodão brasileiro”, ressaltou.

O algodão é usado por quase todas as pessoas em todo o mundo diariamente. Não à toa, a cadeia é uma das que mais gera emprego no país e no mundo, contribuindo para o desenvolvimento das regiões produtoras.

Data comemorativa

O Dia Mundial do Algodão foi lançado oficialmente em 7 de outubro de 2019, em Genebra, na Suíça, durante evento organizado pela Organização Mundial do Comércio (OMC), celebrando uma das commodities que mais dinamizam o meio agrícola e a economia no planeta.

Este é o terceiro ano consecutivo em que a Abrapa e suas afiliadas estaduais, juntamente com o movimento Sou de Algodão, celebram a data.

A importância do algodão é tamanha que se destaca no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas – ONU (da Agenda 2030), uma ambiciosa lista de metas a serem cumpridas até aquele ano. O objetivo principal dessa nova agenda é não deixar ninguém para trás, ou seja, é imprescindível que todas as pessoas, em todas as partes do mundo, sejam parte dessa transformação. A agenda reflete os novos desafios de desenvolvimento e está ligada ao resultado da Rio+20 – a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável – que foi realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro, Brasil.

O algodão no Brasil e no mundo

O setor algodoeiro tem papel importante na economia mundial, responsável pela renda de mais de 28 milhões de produtores em 75 países em cinco continentes. Com os setores associados, a cultura garante o sustento de aproximadamente 100 milhões de famílias em todo o mundo, segundo dados da ONU. Além de fornecer matéria-prima para a indústria têxtil, gera produtos agrícolas, fibras, têxteis e confecções industriais e artesanais, e possibilita a utilização de subprodutos como oportunidades de negócios nas áreas de alimentos, saúde, cosméticos, artesanato, entre outras, impulsionando as economias nacional e regional. Quase nada do algodão é desperdiçado. 

O Brasil é o quarto produtor mundial e o segundo maior exportador de algodão sustentável do mundo. Na safra 2021/2022, a área cultivada foi de 29,4 mil hectares, com produção em torno de 46 mil toneladas de pluma, englobando tanto a produção empresarial como a familiar.

A pluma é cultivada, principalmente, na segunda safra, na sequência de culturas como a soja – uma otimização do uso do solo sem irrigação. 92% do algodão brasileiro é plantado em área de sequeiro. É uma lavoura que exige cuidados de manejo, maquinário adequado e mão de obra qualificada. Além disso, por sua exigência de fertilidade, o solo só está apto para receber o algodoeiro quando a área já foi utilizada para agricultura por volta de 8 a 10 anos.

Silvia Alves
Assessora de imprensa da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa)
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